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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Carta do Futuro - De Harrison para Frederico


Carta a Frederico Aguiar - 19 de Novembro de 2034

Bom dia filho, belê belê?

A escola tá indo belezinha? Ultimos dias na sexta série e ano que vem quero ver matando a pau na sétima heim?!
Como está o Harrison Neto? E a mãe dele, tem encontrado com ela esses ultimos meses?
Desculpa não ter feito aquela video conferência para lhe parabenizar por seus 12 anos em seu aniversário mês passado. Sabe como é né, a vida anda muito corrida e sua mãe nem me lembrou.

Bom, acho que você nunca nem ouviu falar em carta escrita a mão, mas tirei parte do meu dia para lhe escrever a sua primeira carta e nesta queria lhe contar uma história.

Era uma vez, um tempo onde o futebol era disputado na bola; humoristas não eram políticos; policiais eram respeitados não por portarem armas e sim por sua boa conduta e respeito a população em geral; cor da pele não decidia vagas e muito menos provocava violência e diminuição de um ser humano; declarações de amor eram feitas através de cartas escritas a mão ou olhando nos olhos; nada te segurava em casa, nem mesmo o castigo dado por sua mãe; voltar todo sujo de lama ou poeira da rua era bem previsível; personalidade era mais importante do que o seu peso na balança; academia era coisa de gente chique, pois os humildes preferiam uma simples caminhada na parte da manhã ou ao fim da tarde; ahhh academia era apenas para manter uma saúde em dia, acredite; eu te amo não era bom dia; amor eterno durava mais que uma semana; video game era razão para juntar no mínimo 10 amigos depois do cansaço das brincadeiras na rua logo ao anoitecer na casa do mais favorecido financeiramente; ser fodão não era ter a chuteira ou tênis de salão da melhor marca ou mais bonito, e sim, aguentar jogar bola depois de ter perdido não sei quantas vezes a cabeça do dedão do pé no bloquete; novelas eram coisas para as nossas avós; ter um celular nem nunca passava por nossa imaginação, quiçá internet; dar um beijo em alguém levava uma eternidade, pois a timidez e vergonha falavam mais alto; aquela paixão de verão subia serra sim; sexo era consequência de uma relação que reinava o sentimento e respeito; dançar era sinônimo de alegria e não sensualidade; desenhos animados eram mais legais que programas esportivos; fazer trabalhos escolares em grupo era sinônimo de 30 minutos estudando e 4 horas comendo banana frita com refrigerante falsificado; a maioria das pessoas ao seu redor eram amigos de verdade e não apenas colegas; sonhos eram sonhados juntos; dinheiro era importante apenas pra chup-chup; almoços e jantares eram feitos em família, pois era uma graça divina tal ato; Deus ainda era lembrado, as pessoas usavam ir as igrejas ao menos na Páscoa e no Natal; ser virgem aos 17 anos era normal entre os jovens; bebida alcóolica era começada a ser ingerida após os 18 anos, existia uma lei pra isso que era respeitada; entre tantas outras coisas...

Pois é meu filho, as coisas eram bem diferentes na década de 90. Todo mundo reclamava, porém a vida era muito, mas muito melhor mesmo. Apesar que, sinceramente, a única reclamação que tinhamos era quando nossas mães nos mandavam entrar pra dentro de casa bem na hora que a brincadeira estava ficando boa. Creio que certas coisas você nem deve ter conhecimento, mas pesquise e tente passar um pouquinho pro meu neto. Não pude ter a presença do seu avô pra me ensinar como é acompanhar o primeiro neto, mas vou fazer o possível para estar com vocês no Natal.
Bom meu filho, acho que tá bom por aqui.
Nos encotramos mês que vem, e já vai treinando porque assim que sua voz ficar mais grave, já tenho um programa reservado para você na Rádio e em janeiro, já vou te passar uns sites para você dar manutenção pra mim.

Grande abraço do seu pai que está ausente, mas que te ama muito.
Espero que você entenda a minha ausência e de sua mãe, que por sinal está te mandando um beijo e diz que mais tarde faz uma video-conferência com você e o Netinho.

Boa sorte em sua nova etapa de Papai independente aos 12 anos.

Deus te abençoe!

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